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Campo Grande, sábado, 16 de dezembro de 2023.

Frangos que marcaram época

Saiba o que os goleiros Daniel do Inter e Muralha do Coritiba, têm em comum com os ex-goleiro Sorisso, do Mixto de Cuiabá

Por Gilson Giordano em 07/03/2022 às 08:45

Essa foi a mesma posição feita pelo goleiro Sorriso que acabou sendo traído pelo “formigueiro” no gramado (Foto: Google)

Semana passada, um dos principais assuntos no mundo futebolístico foi o “frango” sofrido pelo goleiro Daniel, do Internacional, na partida contra Globo da cidade Ceará-mirim, interior do Rio Grande do Norte, em jogo válido pela Copa do Brasil que culminou com a eliminação do time colorado. O assunto nem bem “esfriou” e neste domingo (6)m integrou ao mesmo, o goleiro Muralha, do Coritiba que na partida contra o Maringá, levou também um “frangaço”, se pode ser chamado assim.

Mas esses dois mais recentes personagens na história dos “memoráveis frangos”, não são os únicos e muito menos estão sozinhos, pois, revendo as minhas anotações, descobri que ainda no UNO Estado de Mato Grosso, no campeonato de futebol da época, quando havia o cruzamento dos times de Campo Grande, como se sabe depois se tornou Capital com a Divisão do Estado, enfrentavam os times de Cuiabá e é claro, a rivalidade era acirrada, aconteceu um lance e resguardadas as devidas proporções, digamos que foi “igual”, isso pelo fato de ter sido registrado o tradicional ‘frango’, ou o mais moderno termo usando em larga escala como “frangaço”.

Na época, os estádios ainda não eram chamados pelo “pomposo” nome de Arena e o campo era apenas gramado. Nele, era plantada a grama esmeralda, dizem que a melhor, mas sem o devido tratamento tal como nos dias atuais.

Só que nos gramados daquela época, era comum encontrar formigueiros, a erva daninha conhecida por tiririca, ninhos de quero-quero e a somatória de tudo isso, resultava no aumento ainda mais do desnível do gramado, que mesmo não sendo mar, claro, mas ficava muito “ondulado”.

Formigueiros, quantas saudades! Quantos e quantos jogadores se tornaram artilheiros às suas custas. Sendo que em outros casos, vários goleiros foram tachados de “venal” e com isso, perderam até mesmo mulheres, noivas ou namoradas.

A partida que trás o assunto em epigrafe foi jogada pelo time do Operário de Campo Grande e disputada no antigo Estádio Verdão, cujo piso era grama esmeralda e hoje chamado de Arena Pantanal que além do ótimo e perfeito gramado, tem também uma dívida incalculável!

O adversário foi o bom time do Mixto de Cuiabá, um “timaço” e o goleiro deles era conhecido por “Sorriso”, por sinal muito bom goleiro.

Conforme o regulamento, o Operário de Campo Grande precisava da vitória a “qualquer” custo, pois um simples empate afastava o mesmo da disputa pelo título.

Astuto, o diretor de futebol do Galo já na época, o conhecidíssimo Irineu Farina, conversou com um repórter esportivo, de uma emissora de rádio, que já faleceu e que Deus o tenha e juntos armaram a “treta”, que tinha como alvo o justamente o goleiro Sorriso.

Pois bem, com uma semana de antecedência e devido à importância do jogo, o dito repórter viajou para a eterna Capital, para fazer os “flashes” sobre a partida, que despertava e muito a atenção de todos. Afinal, valia vaga para a decisão de um campeonato!

Chegando à Cuiabá, o repórter foi aos treinos do Mixto e logo se “enturmou” com o goleiro Sorriso.

Proposta indecorosa

No terceiro dia de “cobertura”, o repórter “já se sentindo em casa” teria oferecido na época, o “bicho” de 100 mil cruzeiros, para que ele, Sorriso, facilitasse a vitória do Galo.

Rapaz, ao ouvir a proposta indecorosa, o jogador se revoltou de tal maneira e soltou os “diabos” para o repórter.  Primeiro ele xingou muito o repórter, a quem tentou até mesmo a agressão física, depois ele disse que jamais faria isso, pois naquele jogo, a mãe dele e a noiva (sim ele era novo, de uma linda cuiabana), iriam ao jogo pela primeira vez e ele não podia e nem devia aceitar aquele tipo de negociação, pois além dessas ilustres presenças, ele acima de tudo, era um  atleta profissional e exemplar no elenco.

Pois bem, o repórter voltou para o Hotel de onde ligou para o Irineu Farina, que ao saber da negativa do goleiro, claro que falou cobras e lagartos pelo telefone. Mas fazer o que, né?

Pelo fato de o jogo valer uma das vagas para a decisão do campeonato, o mesmo foi muito disputado, pegado mesmo!

Aos 39 minutos do segundo tempo, um jogador do Galo, cujo nome não foi anotado, da meia lua da grande área chutou e a bola saiu rasteira, teoricamente fácil para ser encaixada pelo goleiro Sorriso, que chegou mesmo a fazer a tradicional pose: dobrou apenas um dos joelhos para encaixar a bola, depois se jogar no gramado para fazer a cera e com isso ganhar os aplausos dos torcedores do Mixto que, aquela altura, já festejavam a classificação para a decisão do Estadual.

No entanto, no meio do caminho tinha um formigueiro e ao passar por ele, a bola desviou a sua trajetória, traindo completamente o goleiro mixtensse, indo “morrer” indo fundo da rede e com isso, o time cuiabano acabou perdendo o jogo pelo placar de 1 x 0  e a vaga para a decisão do Estadual.

Pior de tudo que levantaram suspeita contra goleiro Sorriso, afirmando que ele havia sido “vendido”.

Resumo da história: Mixto não foi para a decisão, o goleiro Sorriso perdeu os cem mil cruzeiros que teriam sido oferecidos ao mesmo e ainda perdeu a noiva, pois diante dos comentários contra o jogador, ela resolveu terminar o noivado.

Mas a comparação não tem nada a ver com os personagens atuais nos casos dos goleiros Daniel, do Internacional e Muralha, do Coritiba.

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